O MEU PRIMEIRO - JOGO ALL-STAR DA NBA
A última vez que o All-Star Weekend da NBA se realizou em Salt Lake City foi em 1993. Foi a primeira, e a última, de muitas coisas. Foi o primeiro após a sensação internacional da Dream Team. A primeira vez sem Magic ou Bird. A primeira vez que Shaq foi o centro das atenções. A primeira vez que dois jogadores partilharam o prémio de MVP do ASG (e foi fixe que tenham sido os dois heróis da cidade natal a fazê-lo). E o primeiro All-Star Game a que assisti. Ainda o tenho em VHS na casa da minha mãe. Acho que posso citar o grande Magnus Dahlborn do princípio ao fim, uma vez que o vi tantas vezes quantas uma cassete Panasonic podia rebobinar sem se partir. Por isso, para mim, o jogo de 1993 será sempre o melhor jogo All-Star e deixem-me dizer-vos porquê.
1. Foi competitivo como um jogo das finais da NBA. Bem, quase. E esta pode ser a maior razão pela qual já não sou um grande fã do ASG. É como ver uma linha de lançamento durante 2,5 horas. Mas nos anos 90 eram os melhores contra os melhores, e era preciso dar o nosso melhor para o provar. Lembro-me de uma cena do jogo em que Barkley estava a marcar Pippen e atirou alguns arcos e fez com que Pippen olhasse para os árbitros como quem diz "viram aquilo, não viram?", mas mesmo assim foi para cima dele para provar que era um dos 3 melhores defensores da liga, e quem mais para ir atrás dele do que o primeiro classificado para MVP? Este foi também o quinto jogo que foi para o OT, e foi preciso Pat Riley pedir um desconto de tempo e um cesto de meia distância de Patrick Ewing para o forçar.
2. As solas de Michael Jordan. Quando comecei a aprender mais e mais sobre a NBA, eu já sabia que MJ era o melhor. Ele tinha os seus próprios ténis. Mas Barkley e Shaq também tinham. E o Ewing, que eu conhecia do Kriss Kross. Mas depois vi o MJ a usar umas azuis e pensei "será que ele fez mesmo um par só para este jogo? Será que ele é assim tão rico?" Mal sabia eu como é que isso funcionava. Mas sim, os Air Jordan 8 Aqua's são um dos ténis mais subestimados de todos os tempos. Demorei mais de 20 anos a comprá-las e ainda não as experimentei. Talvez o faça no domingo, só porque sim.
3. A última vez que Isiah jogou um All-Star Game, e foi um jogador chave para o Leste durante 12 anos consecutivos. Desde o seu ano de Rookie até 93, foi titular em 10 desses 11 jogos, tendo falhado um em 1991 devido a lesão. E, em 1987, nunca percebi porque é que ele não foi titular, uma vez que a equipa de Leste optou por ter MJ como único base e Dr. J, 'Nique e Bird como um monstro de três pontas-de-lança. Adoro o Isiah e quando ele atirou ao MJ um "lob" perfeito na primeira parte, o MJ teve de pôr as coisas de lado e dar-lhe um "dap" no regresso.
4. Larry Johnson. Se me conheces, sabes que LJ é o meu herói de infância. Foi por causa dele que comecei a jogar basquetebol. Estava a sair da sua época de Rookie e era talvez o jogador mais excitante da liga e a sua segunda época foi de longe a melhor. Foi eleito titular e, mesmo que não tenha tido números loucos, tenho de colocar esta equipa de East como a minha favorita, só porque LJ era titular.
5. Shaq. Houve muita discordância quanto ao facto de Shaq ter sido eleito titular à frente de Ewing, com os Knicks a liderarem a Conferência de Leste. E como Ewing jogou muitos minutos na reta final, penso que é correto dizer que Pat Riley não concordou com as votações. Mas Shaq continuava a ser uma fera, e eu adorava o facto de ele ter apenas 20 anos e continuar a atacar Hakeem e o Almirante como se fosse a sua liga. Mal sabia eu que, em breve, iria ser isso mesmo.
6. As camisolas são as melhores de todos os tempos. Facilmente. Na altura eram vermelhas, brancas e azuis, mas depois de 1994 mudaram e passaram a ter tudo, desde roxo a azul-petróleo, as camisolas normais dos jogadores e até camisolas com mangas. Vá lá, porquê mudar de todo? Mas isso sou só eu.
Espero que o jogo deste ano seja melhor do que os jogos sem defesa que vimos na última década, mas, para mim, será preciso muito para superar o de 93. Mas se alguém optar por trazer o LJ como substituto de um jogador lesionado, estamos num bom caminho.